Faz tempo que o mercado espera (ou torce) pela melhora dos índices, já que a taxa de juros está em níveis muito restritivos (altos), a continuidade dessa tendência de baixa na inflação seria muito positiva para os preços das ações na bolsa e para os investidores que alocaram em prefixados. Esta é visão de Frederico Figueiredo, assessor de Investimentos da Miura, sobre o IPCA de maio que veio 0,26%, abaixo dos 0,43% esperados pelo consenso, acumulando em 12 meses em 5,32%, abaixo dos 5,53% estimados.
“Esse número é uma notícia positiva, tanto por vir abaixo quando o mercado discute o fim do ciclo de alta da taxa Selic, quanto pelos números de atividade econômica e de mercado de trabalho ainda vindo fortes. Achamos que foi efeito da queda do preço do Petróleo e da queda na cotação do dólar”, afirma.
Investimentos
No que diz respeito ao futuro, segundo Figueiredo, a maioria dos investidores ainda está com receio sobre essa continuidade de melhora, tanto porque os números de atividade econômica e mercado de trabalho estão fortes, quanto porque se espera que os diversos estímulos promovidos pelo governo mantenham a inflação bem acima da meta como está agora (a meta é de 3%, com teto em 4,5%).
“Nossa opinião na Miura é que o investidor deve manter uma carteira diversificada e equilibrada, considerando que ainda teremos muitos estímulos governamentais nos próximos 18 meses, que devem manter a inflação em nível alto, o que deve atrasar a esperada queda na taxa de juros, mas atento a uma possível mudança no governo nas próximas eleições, porque o mercado vai precificar com antecedência a chance de uma política fiscal mais responsável a partir de 2027, o que poderia mudar bastante o cenário”, finaliza.
Fonte: Acionista – por Cátia Chagas