A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos marca o início de um mandato carregado de mudanças econômicas e comerciais que prometem transformar o cenário global. Para investidores e economistas brasileiros, suas políticas protecionistas e expansionistas apresentam desafios e oportunidades que não podem ser ignorados.
Impactos no Cenário Econômico Global
A agenda de Trump, focada no nacionalismo econômico, promete um crescimento interno robusto nos EUA, mas também pode provocar desequilíbrios globais.
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Fortalecimento do dólar e juros altos
A combinação de cortes de impostos, aumento de tarifas e estímulos fiscais aquece o consumo interno americano, atraindo capital global e fortalecendo o dólar. Para o Brasil, isso significa:
- Pressão inflacionária, com o dólar superando a marca histórica de R$ 6,00.
- Dificuldade de reduzir a taxa Selic, que está projetada para alcançar 15% ao ano em 2025.
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Protecionismo comercial
Trump anunciou tarifas elevadas contra países como China, Canadá e México. Para o Brasil, os efeitos são ambíguos:
- Agronegócio favorecido: a guerra comercial entre EUA e China pode aumentar a demanda por produtos brasileiros, como a soja e o milho, por exemplo.
- Exportações prejudicadas: barreiras comerciais para produtos como carne bovina e aço podem reduzir o acesso do Brasil ao mercado americano.
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Criptoativos em ascensão
O mercado de criptomoedas foi impulsionado pela eleição de Trump, com o Bitcoin atingindo recordes históricos, superando US$ 100 mil. A promessa de transformar os EUA em um “hub de criptomoedas” e a possível adoção desses ativos nas reservas americanas criam um cenário muito promissor para o setor.
Impactos para o Brasil
O Brasil enfrentará consequências importantes das políticas americanas:
- Inflação e juros elevados: o fortalecimento do dólar encarece as importações, impactando diretamente o custo de vida no país.
- Crescimento no agronegócio: com a China buscando alternativas às importações americanas, o Brasil pode consolidar sua posição como fornecedor estratégico.
- Desafios para a bolsa: o Ibovespa tem sido pressionado por fatores externos e internos, com setores como mineração e energia sendo impactados pela desaceleração chinesa e tensões comerciais.
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Mas como investir em 2025?
Diante de um cenário de volatilidade, estratégias defensivas e diversificação são fundamentais para proteger e potencializar os investimentos. Confira as principais recomendações de acordo com o BTG Pactual:
- Renda fixa no Brasil: títulos pós-fixados, como LFTs, são atrativos em um cenário de juros altos, enquanto NTNs-B oferecem proteção contra a inflação.
- Ações nos EUA: empresas do setor de tecnologia, como Apple, Nvidia e Microsoft, continuam liderando em inovação e apresentam oportunidades de crescimento no longo prazo.
- Criptoativos: Bitcoin e Ethereum consolidam seu papel como reservas de valor, especialmente com maior regulação e aceitação institucional.
- Diversificação internacional: alocar parte do portfólio em ativos globais, como ETFs e bonds americanos, reduz a exposição aos riscos locais.
O segundo mandato de Trump inaugura um período de incertezas econômicas, mas também traz oportunidades para investidores atentos e bem-preparados. A chave para navegar neste cenário está na diversificação, disciplina e no acompanhamento de tendências globais.
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