O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), vem renovando seus recordes (intraday e de fechamento) nas últimas sessões. Em 11 de setembro de 2025, por exemplo, o índice fechou em aproximadamente 143.150 pontos, e no melhor momento do pregão chegou a ultrapassar os 144.012,50 pontos.
Esse desempenho reflete uma combinação de fatores internos e externos: expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos, adaptação da economia brasileira a taxas de juros elevadas, além de fluxo estrangeiro favorável. Esses elementos têm criado um ambiente de otimismo que impulsiona as ações de empresas que compõem o índice.
Neste artigo, vamos destrinchar os principais motivadores dessa alta histórica do Ibovespa e também apontar os riscos que podem frear esse movimento.
1. Expectativa de corte de juros nos EUA
Dados recentes reforçam a crença de que o Federal Reserve poderá iniciar um ciclo de cortes na taxa de juros americana em breve. Há sinais de que a inflação ao produtor e pedidos de seguro-desemprego nos EUA estão cedendo, o que favorece a perspectiva de juros menores. Essa expectativa deixa ativos de risco globais mais atrativos, já que o custo de oportunidade de manter capital em renda fixa diminui.
2. Adaptação da economia brasileira
Mesmo com juros altos (Selic em 15 % a.a.), alguns setores no Brasil vêm se mostrando resistentes. O setor de serviços registrou crescimento consistente, indicando capacidade de operar bem mesmo em ambiente de taxas elevadas. Além disso, momentos em que o dólar recuou diante do real ajudaram a reduzir pressões sobre custos de importação.
3. Fluxo internacional positivo
Investidores estrangeiros cada vez mais enxergam oportunidades no Brasil, especialmente pela combinação de rentabilidade local (juros elevados) com expectativas de valorização do mercado acionário. A possibilidade de cortes de juros nos EUA torna os mercados emergentes ainda mais atrativos para buscar retornos maiores.
4. Taxas domésticas e juros futuros
As taxas dos DIs no Brasil têm reagido aos movimentos dos Treasuries nos EUA. Quando os juros americanos mostram sinais de queda ou estabilidade, isso pode pressionar os juros futuros brasileiros para baixo. Por outro lado, se os Treasuries subirem, há impacto nos contratos domésticos.
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Potenciais riscos e pontos de atenção
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Juros domésticos persistentes: a Selic em 15 % ainda cria barreiras para crédito barato, consumo e investimento. Se a inflação brasileira não ceder, o Banco Central poderá segurar os juros por mais tempo.
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Expectativas frustradas de cortes externos: se os indicadores nos EUA surpreenderem para cima, pode haver demora nos cortes de juros, aumentando o custo de capital global.
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Câmbio volátil: mesmo com momentos de alívio, o real continua vulnerável a choques externos, os quais podem gerar retorno de recursos ou impacto nos custos de empresas com importações.
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Ambiente político ou regulatório: decisões judiciais, políticas fiscais e eventos inesperados ainda podem gerar instabilidade no mercado.
O Ibovespa está batendo máximas históricas movido por expectativa de queda de juros nos EUA, adaptação doméstica a juros elevados, fluxo de capitais favorável e cenário de otimismo global. No entanto, os riscos — juros, inflação, câmbio e fatores políticos — permanecem reais.
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